domingo, 22 de abril de 2012

Porque parti

Segue linha-a-linha uma mensagem do pr. Ricardo Gondim justificando uma de suas mensagens anteriores onde relata sua saída desse movimento evangélico, ainda que continuando a servir em sua comunidade local. Excelente texto!

Porque parti
Ricardo Gondim

Depois dos enxovalhos, decepções e constrangimentos, resolvi partir. Fiz consciente. Redigi um texto em que me despedia do convívio do Movimento Evangélico. Eu já não suportava o arrocho que segmentos impunham sobre mim. Tudo o que eu disse por alguns anos ficou sob suspeita. Eu precisava respirar. Sabedor de que não conseguiria satisfazer as expectativas dos guardiões do templo, pedi licença.

Depois de tantos escarros, renunciei. Notei que a instituição que me servia de referencial teológico vinha se transformando no sepulcro caiado descrito pelos Evangelhos. Restou-me dizer chega por não aguentar mais.

Eu havia expressado minha exaustão antes. O sistema religioso que me abrigou se esboroava. Notei que ele me levava junto. Falei de fadiga como denúncia. Alguns interpretaram como fraqueza. Se era fraqueza, foi proveitosa, pois despertava para uma realidade: o Movimento Evangélico vinha se transformando em cabide de oportunistas; permitindo que incompetentes, desajustados emocionais e – por que não dizer? – vigaristas, se escorassem nele.

Não há sentido em gastar os poucos dias que me sobram em remendar panos rotos. Para que continuar no mesmo arraial de pessoas que me desconsideram e que eu desconsidero? Deixei de tolerar os bons modos de moralistas (sexuais) que não se incomodam em transformar a casa de Deus em feira-livre.

Verdade, desisti. Desisti, porém, de apenas um segmento religioso. Que eu já não trato como lídimo representante do caminho do Nazareno. Larguei o esforço de recauchutar um movimento carcomido de farisaísmo.

Mas saio assustado. A fúria dos severos defensores da reta doutrina, confesso, me surpreendeu. Há alguns anos experimento o peso do rancor religioso. Nada mais perigoso do que um crente assustado; e nada que assuste mais um crente do que a transgressão da ortodoxia. Amigos me voltaram as costas. Estranhos se intrometeram em minha vida particular. Fui traído. Antigas invejas se fantasiaram de zelo pela verdade, e parceiros se transformaram em inimigos. Senti o escarro do desdém.

Embora tenha repetido, não me deram atenção. Eu nunca me atrevi solucionar os paradoxos filosóficos ou os mistérios teológicos que se arrastam há séculos. Não sou ingênuo: as Esfinges modernas, iguais às míticas, devoram o fígado de incautos que se imaginam donos da verdade.

Meu adeus foi ético. Passei a evitar a parceria de gente a quem eu jamais confiaria a carteira. Eu tinha que partir. Se critérios éticos não bastarem para definir o acampamento onde cravamos nossa tenda, há algo muito errado em nossa credibilidade. Nervoso com o carreirismo de gente que não hesita em vender a alma, preferi caminhar por outra estrada.

Rejeito a bitola que qualquer grupo - fundamentalista ou não – chancelou e recomendou. Não aceito que tradição, escola ou cânone, cerceiem a minha capacidade de arrazoar. Rechaço obediência servil. Odeio timidez intelectual. Aliás, a única chancelaria que admito é da consciência. Creio que posso ser movido pelo mesmo Espírito que inspirou, e capacitou, homens e mulheres no passado. Erros teológicos, enquanto não produzirem intolerância, ódio ou preconceito, tenho certeza, estão perdoados.

Quero reaprender a viver. Vou buscar a trilha onde menos homens e mulheres andam de dedo em riste. Anseio por fazer-me amigo de gente espirituosa, leve, risonha, que sabe desafogar a alma.

Por condescendência, alguém disse que não sou teólogo, apenas poeta. Apesar de não me achar digno de ser chamado poeta, sorri de felicidade. Que honra! Poetas não acendem fogueira. Tenho certeza que Miguel de Serveto gostaria de ver-se na companhia de trovadores.

Pretendo amar e apreciar, sem extravagância, as coisas mínimas: o tirocínio dos meninos, o desabrochar da paixão na menina em flor, a conversa de bons amigos. E no final do dia, ao rever as horas, saber celebrar a paixão de simplesmente existir.

Saio para instruir-me na adoração. Necessito transformar genuflexão em serviço. Quero descer do alto dos meus privilégios e estender a mão ao mortiço que jaz em alguma estrada poeirenta. Desisti de uma espiritualidade que se contenta em implorar favores à Divindade. Em minha partida, acalento o desejo de encarnar Deus. E assim dizer: não vivi em vão.

Soli Deo Gloria

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Escândalos evangélicos

O resultado da enquete lançada em dezembro por ultimatoonline, com a pergunta "A imprensa persegue os evangélicos?", apontou que mais de 60% dos internautas afirmam que a imprensa persegue, sim, os evangélicos. No entanto esse resultado pode nos levar a uma interpretação ofuscada da realidade.

Se por um lado a imprensa persegue os cristãos, por outro muitos cristãos têm servido de bandeja bons e deliciosos escândalos ao molho sugo para uma mídia caçadora de escândalos e que não perde tempo nem oportunidade de denegrir o cristianismo. É como um exército que alimenta e dá munição ao seu inimigo de guerra.

Os recentes acontecimentos mostram que a temporada de escândalos está só começando e que maiores furacões ainda estão por vir. O pastor Ricardo Gondim em O Que os Evangélicos Não Falam, da Editora Ultimato, afirma que "o Brasil é tão pródigo em casos feios, que frequentemente me encontro tenso imaginando qual é o próximo escândalo evangélico".

O mais novo lançamento da Editora Ultimato, O Escândalo do Comportamento Evangélico, aborda com profundidade o tema dos escândalos no meio cristão. Nas palavras do autor Ronald Sider "o comportamento escandaloso tem destruído rapidamente o cristianismo"; e mais, "os cristãos afirmam com os lábios que Jesus é Senhor, mas com os atos demonstram lealdade ao dinheiro, ao sexo e a seus interesses pessoais".

Elben César diz em seu artigo sobre o escândalo de Ted Haggard (Ultimato, edição janeiro-fevereiro 2007) que "embora o que chama mais atenção do público e da mídia sejam os escândalos sexuais, o orgulho é o pecado mais grave e é ele que abre as portas para qualquer outro escândalo".

E continua: "Precisamos rever essa questão de megaigrejas e megaministérios. Tanto um como outro constroem catedrais enormes, ajuntam multidões enormes e controlam uma quantidade enorme de obreiros, o que é muito perigoso. Com raras exceções, não há mortal que, em circunstâncias assim, não acabe cedendo à tentação do poder".

E, quanto à perseguição da imprensa, não se trata de uma questão de os cristãos acharem que estão por cima do mundo, acima de qualquer suspeita e que não podem ser questionados ou investigados. Ricardo Gondim afirma que "a Igreja, como toda instituição social, precisa ser fiscalizada, cobrada e investigada. Lamentavelmente os evangélicos convivem com um espírito corporativista imenso."

Gostamos de falar dos dólares na cueca do governo, mas não gostamos de falar nos dólares em capa de Bíblia. É necessário "entender a profundidade da crise, descobrir suas causas e desenvolver ações corretivas fiéis e obedientes".

Que Deus nos ajude a renovar a resolução evangélica de vivermos aquilo que pregamos!

Fonte: http://joseivanbarbosa.blogspot.com.br/2012/03/imprensa-e-os-escandalos-evangelicos.html

terça-feira, 17 de abril de 2012

Deus é pop

Segue abaixo uma matéria da revista época sobre a visão jovem da religiosidade cristã em um panorama geral, no Brasil e no mundo.

capa da revista Época de 12/06/09.

Nelito Fernandes

Como os jovens brasileiros – que estão entre os mais religiosos do mundo – expressam sua fé em novos ritos, novas igrejas e até na internet

Com mais de 20 tatuagens estampadas no corpo, dois piercings no nariz e um alargador de orelha, a paulistana Fernanda Soares Mariana, de 19 anos, parece estar montada para um show de rock. Apenas a Bíblia que ela carrega nos braços sugere outro destino. E Fernanda, a despeito do visual, está pronta mesmo é para encontrar Jesus. “A igreja não pode julgar. Ela tem de estar lá para transformar sua vida, e não sua aparência”, afirma. A igreja que Fernanda escolheu não a julga pelo figurino. Numa noite de domingo, no templo da Bola de Neve Church do Rio de Janeiro, o que se vê são fiéis vestindo bermudas e camisetas com estampas de surfe. Boa parte exibe tatuagens como as de Fernanda. No altar, uma banda toca música gospel, enquanto a vocalista grita o refrão “Jesus é meu Senhor, sem Ele nada sou”. Na plateia, cerca de 300 pessoas acompanham o show em catarse, balançando fervorosamente ao som da música. A diaconisa Julia Braz, de 18 anos, sobe ao palco de cabelo escovado e roupa fashion. Põe a Bíblia sobre uma prancha de surfe no púlpito e anuncia: “O evangelismo tá bombando!”. Amém.




Cultos voltados para os jovens, como a igreja da Bola de Neve, revelam um fenômeno: mostram que o jovem brasileiro busca formas inovadoras de expressar sua religiosidade. Em 1882, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche assinou a certidão de óbito divina com a célebre afirmativa: “Deus está morto”. Para ele, os homens não precisariam mais viver a ilusão do sobrenatural. Nietzsche não foi o único. O anacronismo da fé religiosa era uma premissa do socialismo. “A religião é o ópio do povo” está entre as frases mais conhecidas de Karl Marx. Para Sigmund Freud, a necessidade que o homem tem de religião decorreria de incapacidade de conceber um mundo sem pais – daí a invenção de um Deus. A influência de Marx e de Freud no pensamento do século XX afastou gerações de jovens da fé. Mas a derrocada do socialismo e as críticas à psicanálise freudiana parecem ter deixado espaço para a religiosidade se manifestar, sobretudo entre os jovens. “Aquilo que muitos acreditavam que destruiria a religião – a tecnologia, a ciência, a democracia, a razão e os mercados –, tudo isso está se combinando para fazê-la ficar mais forte”, escreveram John Micklethwait e Adrian Wooldridge, ambos jornalistas da revista britânica The Economist, no livroGod is back. Para os jovens, como diz o título do livro, Deus está de volta. Ou, nas palavras da diaconisa Julia, “está bombando”.

Uma pesquisa feita por um instituto alemão mostra
que 95% dos brasileiros entre 18 e 29 anos se dizem
religiosos e 65% afirmam ser “profundamente religiosos”




Uma pesquisa inédita do instituto alemão Bertelsmann Stifung, realizada em 21 países, revela que esse renascimento da religião está mais presente no Brasil que na maioria dos países. O estudo mostra que o jovem brasileiro é o terceiro mais religioso do mundo, atrás apenas dos nigerianos e dos guatemaltecos. Segundo a pesquisa, 95% dos brasileiros entre 18 e 29 anos se dizem religiosos e 65% afirmam que são “profundamente religiosos”. Noventa por cento afirmam acreditar em Deus. Milhões de jovens recorrem à internet para resolver seus problemas espirituais. Na rede de computadores, a diversidade de crenças se propaga como vírus. “Na minha geração só sabia o que era budismo quem viajava para o exterior”, diz a antropóloga Regina Novaes, da Universidade de São Paulo e ex-presidente do Conselho Nacional de Juventude. “Hoje, com a internet, o jovem conversa com todo o mundo e conhece novas religiões. A internet virou um templo.” Mais talvez do que isso, ela se converteu no veículo ideal de uma religião contemporânea e desregulada, que pode ser exercida coletivamente sem sair de casa e sem submeter-se a qualquer disciplina.

Até o século XIX, o Brasil tinha uma religião oficial: a católica. Quem não era católico não podia trabalhar para o Estado. Os outros cultos eram permitidos, mas desde que não fossem praticados dentro de edificações cuja arquitetura lembrasse uma igreja. Hoje, quase metade dos jovens brasileiros diz professar outras religiões – e essa talvez seja uma das características mais marcantes da nova religiosidade do jovem brasileiro. “É um salto muito grande, em muito pouco tempo”, diz o antropólogo Roberto DaMatta. Parte da explicação para a transformação de uma sociedade baseada numa só fé para a era das múltiplas escolhas está na disposição do jovem para experimentar. Ele pode aderir a seitas exóticas, viver aquele momento e depois voltar para a tradição sem grandes dilemas. “O jovem não decide ser católico só para seguir a religião dos pais. Ele quer distância disso”, diz o teólogo Rubem Alves.

A experiência de Alves com jovens mostra que eles querem seguir os próprios caminhos. Os jovens, diz ele, adotam religiões minoritárias por achar que estão vivendo uma grande missão: querem mostrar ao mundo que, apesar da pouca idade, já encontraram sua “verdade”. Seria quase um ato de afirmação juvenil. Na religião, como na política e nos costumes, há rebeldia. Assim como os pais religiosos já não transmitem sua crença aos filhos, os pais ateus também não influenciam os filhos a adotar o ateísmo. Uma pesquisa feita com famílias do Rio de Janeiro revela que 60% dos filhos de pais ateus acreditam em Deus e adotam alguma religião. Alguns, motivados por questões íntimas, empreendem verdadeiras peregrinações em busca de respostas a suas inquietações.




DOIS CREDOS
Casal que vai à Caverna de Adulão, em Belo Horizonte (à esq.), e o grupo de religiosos do jiu-jítsu (à dir.)

O IBGE obteve 35 mil respostas diferentes
para a pergunta “Qual é a sua religião?”

Tome a história do ator Gabriel Anésio, de 19 anos. Ele já foi evangélico, católico e frequentou terreiros de umbanda. Gabriel dava aulas de teatro para crianças numa igreja católica quando disse a um padre que era gay. Foi aconselhado a esconder sua condição. Não concordou e procurou uma igreja evangélica. Lá, foi encaminhado para uma “corrente de libertação”, uma espécie de workshop para “curar” os gays. Também não funcionou. Ele então recorreu ao candomblé. Procurou uma pombajira com um pedido: queria deixar de ser gay. A entidade teria respondido o seguinte: “Pede outra coisa, porque isso aí não vai ter jeito não, meu filho”. Hoje, Gabriel frequenta a Igreja Cristã Contemporânea, na Lapa, reduto de travestis no Rio. Fundada pelo pastor Marcos Gladstone, também saído de uma igreja que não aceitava homossexuais, a Contemporânea virou um refúgio para jovens gays que querem ser evangélicos, mas não são acolhidos noutros lugares. “O amor de Deus é para todos, sem discriminação”, diz o pastor Gladstone. Na Contemporânea, 80% dos fiéis têm menos de 30 anos. O comerciário Estevam Januário, de 20, está entre eles. Ele conta que era obreiro da Igreja Universal, mas teve de sair de lá depois que os amigos passaram a insistir em lhe arrumar um casamento. “Para eles, ser gay é errado. Eu não posso escolher minha opção sexual, mas a religião eu posso”, diz Estevam.

É entre os evangélicos que surgem mais propostas de igrejas flexíveis. Eles têm igrejas para metaleiros, para garotas de programa e até para lutadores de jiu-jítsu. Em Fortaleza, a Igreja Evangélica Congregacional abriga um núcleo chamado “Lutadores de Cristo”. Cerca de 80 jovens rezam, assistem à pregação do pastor e depois sobem no tatame para trocar socos e pontapés. Por fim, dão as mãos e cantam juntos o louvor. “Pregamos o Evangelho para jovens que jamais entrariam numa igreja. Ninguém aqui se envolveu em briga na rua”, diz o coordenador do projeto, lutador e pastor Elder Pinto. “Aqui pregamos a paz.”

Em Minas, desde 1992 existe a Caverna de Adulão, que não usa o termo “evangélico” e se autodenomina uma “comunidade cristã alternativa”. Assim como a Bola de Neve, ela recebe metaleiros, jovens tatuados e com piercing na língua, além de promover shows de heavy metal. “Enquanto os pastores falam que rock pesado é do diabo, aqui mostramos que ele é de Deus”, diz o pastor Geraldo Luiz da Silva. “As igrejas aceitam esses jovens, mas têm a expectativa de que eles mudem e troquem a jaqueta de couro pela camisa social de manga comprida. Aqui, não é assim.”



DIVERSIDADE
Rafael Lins, criador da comunidade “Mais Deus, Menos Religião” (à esq.), Renata Carvalho, que foi da Pastoral católica (ao centro), e Estevam Januário, de 20 anos (à direita, de branco), e Gabriel Anésio, de 19, que mudaram de fé por causa da opção sexual. Eles são os novos desafios da Igreja




A capacidade de se adaptar ao espírito do tempo para responder aos anseios dos jovens parece ser um trunfo dos evangélicos – que, em termos estatísticos, avançam sobre as demais religiões no Brasil. “Sem dúvida, um dos principais fatores que explicam a explosão evangélica no país é essa característica de se ajustar aos valores da sociedade. O neopentecostal aceita coisas que eram impossíveis há três décadas”, diz a antropóloga Cristina Vital, do Instituto de Estudos da Religião, do Rio de Janeiro. Cristina lembra que o catolicismo também passa por uma transformação, muito menos radical. “Temos a renovação carismática, os padres cantores, algo que também não se via.”

Na religião, como na política e nos costumes, há
rebeldia. Os filhos não seguem os pais em suas crenças


Embora exista uma tentativa de fazer frente ao apelo pop dos evangélicos, a imagem da Igreja Católica parece velha para boa parte dos jovens. Quando um bispo tenta impedir que uma menina de apenas 9 anos possa fazer aborto após ter sido estuprada, contrariando uma garantia legal e uma recomendação médica, ele contribui indiretamente para afastar do catolicismo até jovens fervorosos. A assistente social Renata Carvalho da Silva, de 28 anos, foi secretária estadual da Pastoral da Juventude de São Paulo. Renata trabalhava pela formação de jovens. Quando coordenou um serviço de mulheres vítimas de violência em Guaianases, na Zona Leste, deparou com o que lhe pareceu uma contradição do catolicismo: “Os argumentos em defesa da vida são contraditórios. Se você tem relações sexuais sem camisinha corre risco. Que defesa da vida é essa?”. Renata acabou se afastando do dia a dia da igreja. “Continuo católica, minha fé não mudou, mas quase não vou mais às missas. A fé não depende da Igreja para existir”, diz ela.

A socióloga Dulce Xavier, do grupo Católicas pelo Direito de Decidir, diz que as posições intransigentes da Igreja afastam os jovens. “A Igreja Católica está parada no tempo na questão das liberdades individuais. O jovem é contestador, não aceita isso”, diz Dulce. O teólogo Fernando Altmeyer, professor da PUC de São Paulo, diz que a igreja acredita e quer, sim, que seus fiéis sigam os preceitos. Ele diz que o papa Bento XVI tem seguido uma linha coerente: prefere um cristianismo de qualidade, mesmo que minoritário. “Essa tem sido uma discussão na Igreja ao longo dos séculos. Até agora, tem prevalecido que Igreja não vai barganhar seus valores em busca de popularidade”, diz Altmeyer. “Questões como a defesa da vida e o sexo com amor, para reprodução, são eternas.” Altmeyer acredita que o jovem tem dificuldade de seguir os preceitos religiosos por fatores que vão além da rigidez. Para ele, o grande desafio dos católicos é contextualizar seus valores e explicá-los aos jovens de uma forma que eles entendam. “Embora o tema seja o mesmo, o discurso não pode ser”, afirma.

Um sinal da dificuldade da Igreja Católica – e não só dela – em atrair os fiéis jovens é dado por uma característica intrigante dessa nova religiosidade. “Comparado a outras sociedades, o Brasil tem um grande número de jovens que se dizem religiosos, mas a intensidade com que eles vivem a religião é menor que a dos mais velhos”, diz Matthias Jäger, diretor do instituto alemão Bertelsmann Stifung. Quando a pesquisa feita pelo instituto perguntou sobre a prática da fé, somente 35% dos jovens brasileiros disseram viver de acordo com os preceitos religiosos. Esse porcentual foi de 84% na Nigéria, de 53% em Israel e de 52% na Itália. O índice brasileiro de coerência religiosa é, portanto, dos mais baixos.


FÉ E SHOW
Jovens assistem a um espetáculo na igreja Bola de Neve, em São Paulo. Eles procuram aceitação e flexibilidade




Há uma explicação para isso? “O jovem tem fé, mas não aceita o pacote pronto institucional”, diz a antropóloga Regina Novaes. Para seu estudo Os jovens sem religião, Regina levantou com o IBGE um dado revelador. Segundo ela, no Censo de 2000 houve 35 mil respostas diferentes para a pergunta “Qual é a sua religião?”. Em 2010, o número poderá ser ainda maior. “A religião, para o jovem brasileiro, é mais declarada do que vivida”, diz Regina. Seria essa uma forma de dizer que os jovens são religiosos apenas da boca para fora? Ou seria o caso de afirmar que as práticas religiosas, tal como se apresentam, não correspondem às necessidades deles? Um bom exemplo dessa ambiguidade é Rafael Lins, de 19 anos, o criador da comunidade “Mais Deus, menos religião”, que reúne 6.200 participantes na rede de relacionamentos Orkut. “Não vou a igreja nenhuma, porque não concordo com muitas coisas que são ditas lá”, afirma. Filho de pais evangélicos, Rafael não seguiu a crença deles. “Não preciso estar em algum lugar para ficar junto de Deus.” Uma coisa, porém, seu caso deixa clara: os jovens brasileiros parecem ter deixado de lado as fés mais populares no século passado – na revolução socialista, na libertação dos desejos ou na certeza científica – para acreditar naquilo que julgam ser seu verdadeiro Deus.

FONTE: Revista Época – Deus é pop

Insatisfações...

Prezados leitores do Blog, segue um trecho extraído de um estudo do pastor Ricardo Gondim que trata da insatisfação do mesmo com o movimento evangélico atual. Concordo com suas palavras, inclusive no quarto ponto onde, o que para muitos é fundamento inalienável da fé, ressalto a liberdade que os cristãos devem ter para refletir sobre os alicerces teológicos atuais de forma livre e não de forma dogmática. Segue o trecho:

Contudo, insisto com a necessidade de rescindir com o que comumente se conhece como Movimento Evangélico.

1. Vejo-me incapaz de tolerar que o Evangelho se transforme em negócio e o nome de Deus vire marca que vende bem. Não posso aceitar, passivamente, que tentem converter os cristãos em consumidores e a igreja, em balcão de serviços religiosos. Entendo que o movimento evangélico nacional se apequenou. Não consegue vencer a tentação de lucrar como empresa. Recuso-me a continuar esmurrando as pontas de facas de uma religião que se molda à Babilônia.

2. Não consigo admirar a enorme maioria dos formadores de opinião do movimento evangélico (principalmente os que se valem da mídia). Conheço muitos de fora dos palcos e dos púlpitos. Sei de histórias horrorosas, presenciei fatos inenarráveis e testemunhei decisões execráveis. Sei que muitas eleições nas altas cupulas denominacionais acontecem com casuísmos eleitoreiros imorais. Estive na eleição para presidente de uma enorme denominação. Vi dois zeladores do Centro de Convenções aliciados com dinheiro. Os dois receberam crachá e votaram como pastores. Já ajudei em “cruzadas” evangelísticas cujo objetivo se restringiu filmar a multidão, exibir nos Estados Unidos e levantar dinheiro. O fim último era sustentar o evangelista no luxo nababesco. Sou testemunha ocular de pastores que depois de orar por gente sofrida e miserável debocharam delas, às gargalhadas. Horrorizei-me com o programa da CNN em que algumas das maiores lideranças do mundo evangélico americano apoiaram a guerra do Iraque. Naquela noite revirei na cama sem dormir. Parecia impossível acreditar que homens de Deus colocam a mão no fogo por uma política beligerante e mentirosa de bombardear outro país. Como um movimento, que se pretende portador das Boas Novas, sustenta uma guerra satânica, apoiada pela indústria do petróleo.

3. No momento em que o sal perde o sabor para nada presta senão para ser jogado fora e pisado pelos homens. Não desejo me sentir parte de uma igreja que perde credibilidade por priorizar a mensagem que promete prosperidade. Como conviver com uma religião que busca especializar-se na mecânica das “preces poderosas”? O que dizer de homens e mulheres que ensinam a virtude como degrau para o sucesso? Não suporto conviver em ambientes onde se geram culpa e paranoia como pretexto de ajudar as pessoas a reconhecerem a necessidade de Deus.

4. Não consigo identificar-me com o determinismo teológico que impera na maioria das igrejas evangélicas. Há um fatalismo disfarçado que enxerga cada mínimo detalhe da existência como parte da providência. Repenso as categorias teológicas que me serviam de óculos para a leitura da Bíblia. Entendo que essa mudança de lente se tornou ameaçadora. Eu, porém, preciso de lateralidade. Quero dialogar com as ciências sociais. Preciso variar meus ângulos de percepção. Não gosto de cabrestos. Patrulhamento e cenho franzido me irritam . Senti na carne a intolerância e como o ódio está atrelado ao conformismo teológico. Preciso me manter aberto à companhia de gente que molda a vida, consciente ou inconsciente, pelos valores do Reino de Deus sem medo de pensar, sonhar, sentir, rir e chorar. Desejo desfrutar (curtir) uma espiritualidade sem a canga pesada do legalismo, sem o hermético fundamentalismo, sem os dogmas estreitos dos saudosistas e sem a estupidez dos que não dialogam sem rotular.


Fonte:http://www.ricardogondim.com.br/estudos/tempo-de-partir/

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Espeto de pau

Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão. Lucas 6:42

Incrível como as pessoas que fazem parte dos movimentos conseguem se vestir dos ideais mas não conseguem interioriza-los. Muitos dizem "É fácil falar, o difícil é fazer!".

O meio evangélico está repleto de ferreiros que usam espetos de pau. Pessoas com discursos que demonstram sabedoria, amor ao próximo, amor inclusive aos inimigos, incentivo à caridade e que não movem uma palha nesse sentido. Pessoas que se baseiam em Jesus, que pregou o desapego dizendo para que não atentemos às coisas do mundo (Colossenses 3:2), mas que compram carros, casas e fazendas com o dinheiro do dízimo de fiéis. Ou usam o evangelho para pregar sobre prosperidade quando esquecem que o filho de Deus nasceu em uma manjedoura e cresceu desprovido de riquezas materiais.

Os discursos são inflados de "verdade" e "justiça", mas as reuniões de lideranças ocorrem sempre a portas fechadas, o destino dos dízimos e ofertas nunca é levado a pleito na assembléia dos irmãos sobre seu destino. Instituições religiosas que recebem dinheiro dos fiéis, mas devido à política institucional, os efeitos dessas contribuições para manutenção do templo, da casa de Deus, nunca retornam às igrejas locais. Existe verdade sem transparência? Existe Justiça sem o repartir do pão? Muitas Igrejas locais tem ficado apenas com as migalhas...

Na verdade o movimento evangélico atual não consegue viver o que prega, justamente porque o que prega não é o que vive. Existe uma discrepância entre discurso e prática, como na parábola da figueira sem frutos (Mateus 21:19).

A essência não tem valor para a sociedade moderna, e os movimentos evangélicos que deveriam se portar como uma contra-cultura, tem se alinhado aos ditames da sociedade. Temos que ser sal (Mateus 5:13), temperar esse mundo com os valores do reino. Precisamos nos mover em direção às virtudes e não apenas ao discurso. A sua expressão de fé deve vir de suas convicções e ações.

A pergunta da imagem reflete o que temos dito: "Por que DIABOS, um ferreiro usaria um espeto de pau?". A resposta é simples, ele se diz ferreiro mas não o é.

O evangelho de Jesus é pra ser vivido de dentro para fora!


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Face-a-face e um-a-um

Na Terceira epístola de João ao presbítero Gaio percebemos que João tenta motivar Gaio a respeito de sua caminhada Cristã. Dentre os versículos do único capítulo dessa carta, destacamos:


pois foi por causa do Nome que eles saíram, sem receber ajuda alguma dos gentios.
É, pois, nosso dever receber com hospitalidade a irmãos como esses, para que nos tornemos cooperadores em favor da verdade.
Escrevi à igreja, mas Diótrefes, que gosta muito de ser o mais importante entre eles, não nos recebe.
Portanto, se eu for, chamarei a atenção dele para o que está fazendo com suas palavras maldosas contra nós. Não satisfeito com isso, ele se recusa a receber os irmãos, impede os que desejam recebê-los e os expulsa da igreja.
3 João 1:7-10

Observamos que desde o início da igreja, existiram homens envaidecidos pelo poder que tentam manipular as pessoas e que atua de forma intolerante e autoritária sobre os demais irmãos. Diótrefes apresentava essas características. Temos vários Diótrefes hoje nas lideranças eclesiásticas das mais diversas denominações.

O exercício de miseriordia é uma prática incomum para esse tipo de pessoa, observe que ele quer impor seu ponto de vista insensível aos demais irmãos quando os ameaça ou os expulsa da igreja. Por algum motivo particular Diótrefes não queria apoiar os missionários, diferentemente de Gaio, que Paulo, em Romanos 16:23, mostra-o como hospitaleiro: "Gaio, cuja hospitalidade eu e toda a igreja desfrutamos, envia-lhes saudações."

Temos que ser como Gaio e nos mostrar hospitaleiros no trato com os irmãos. 
Hospitaleiros no falar, falando com as pessoas com palavras de apoio e acolhimento. Hospitaleiros no agir com as pessoas, onde nossas ações para com o próximo devem expressar o comportamento de um anfitrião ao receber uma visita muito esperada.  Hospitaleiros no ouvir, onde não é pesado o ato de ouvir os irmãos sem a pretensão de sermos juízes sobre sua vida, apenas para compreender e tentar ajudá-lo de alguma maneira, assim como Jesus fez em sua caminhada.

Enfim, podemos perceber que mesmo com irmãos como Diótrefes, que são autoritários em suas decisões e invasivos quanto as decisões dos demais irmãos, temos que manter a postura citada por João no final da epístola. Reunindo-nos face a face, ainda que não no templo dominado por Diótrefes, mas na casa dos irmãos, que por justo título são considerados amigos, para conversar sobre a caminhada cristã e as maravilhas de Deus face-a-face e um-a-um.


Tenho muito que lhe escrever, mas não desejo fazê-lo com pena e tinta.
Espero vê-lo em breve, e então conversaremos face a face.
A paz seja com você. Os amigos daqui lhe enviam saudações. 
Saúde os amigos daí, um por um.
3 João 1:13-15

terça-feira, 10 de abril de 2012

O melhor de você

Tem alguém retirando o melhor que há em você? Alguém compartimentalizando a sua história, reduzindo a sua carreira, aprisionando os seus sonhos?

Infelizmente pessoas ou instituições insistem em fazer isso com muitas pessoas. Quer saber o pior? Estão conseguindo...

Mas eu não sou assim, e você que está lendo este blog também não é!

Sabemos que somos uma  construção de anos, que estamos no melhor que pudemos, somos o melhor que podemos ser. Nos esforçamos para isso desde o nosso nascimento. Não é ninguém, instituição ou pessoa, que vai conseguir. Temos forças para quebrar essas correntes, às vezes teologicamente umbilicais. Crescemos nas instituições e não podemos negar, também extraímos delas o máximo que pudemos. Nossa formação, nosso caráter, nossa ideologia, foi moldada por Jesus em paredes de templos religiosos.

Não sei se fomos nós que mudamos ou a Igreja que não é mais a mesma, mas existe um ring, uma caçada e uma fuga, o que somos não comporta no movimento evangélico institucional moderno, assim como ele está. As instituições tentam nos limitar, nos cercear a liberdade, arbitrar sobre nossas vidas... Não importa, já tenho mais de 21!

Fujo para outra denominação, na esperança de encontrar o renovo e a liberdade que preciso. Mas confesso que não sou tolo o suficiente para recomeçar e cair sempre no mesmo erro.

 Jesus sacrificou a sua vida para me dar o que tentam me tirar, o Caminho é uma escolha sem amarras, espontânea e de leve fardo.

Espiritualmente falando, precisamos viver o evangelho de Jesus, puro e simples. Você nasceu de novo mesmo? Você nasceu de novo para que abusem de sua fé?

Vamos resistir a esse evangelicalismo de meia tigela.
Não deixe ninguém retirar o melhor de você!
Não deixe ninguém te impedir de aproveitar o melhor de Deus que está por vir!




A Nova Reforma

O movimento contra a institucionalidade fria e burocrática da fé através das instituições eclesiásticas atuais vem ganhando força já a alguns anos.

As Igrejas tem negligenciado a opinião de muitos fiéis, de dentro do movimento evangélico, que acreditam se sentir como os cristãos da Idade média:

- Dentro de uma Instituição fria e insensível;
- Sob atos litúrgicos de uma Igreja Mecanicista;
- Impossibilitado de desenvolver relacionamentos e exercitar a comunhão;
- Indisposto com a forma que os recursos e dízimos são administrados pelas lideranças de forma arbitrária e sem visão social;
- Desejosos por viver o evangelho na realidade, na vida social e coletiva;
- Cansados dos misticismos e simpatias incentivadas nas Igrejas que pregam quase nada além da prosperidade material;
- Cansados dos escândalos de  pastores que usam da fé de outras para conseguir enriquecimento ilícito, uma prática que deveria ser considerada estelionatária;
- Cansados de saberem o que deve ser feito, mas não podem fazê-lo por medo de serem considerados sectários na Igreja. Pois é fato que as lideranças eclesiásticas estão a uma distância de seus fiéis como nos tempos das missas em latim.

Enfim, segue uma reportagem da revista época que chama esse movimento, do qual fazemos parte, de repensar e redescobrir a essência do evangelho de Jesus, de nova reforma protestante. Agora essa reforma está brotando de dentro do protestantismo para denunciar novamente a corrupção que advém das relações de poder institucional dentro das igrejas.

Link funcionando corretamente agora, baixe a matéria abaixo.

Baixe a matéria completa da revista época aqui. 

domingo, 8 de abril de 2012

Liberdade...

Deus, em Isaías, prometeu a liberdade a seus filhos. Esta liberdade viria através da aliança feita por meio de Jesus.


Isaias 42
Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça aos gentios.
Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça.
Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas aguardarão a sua lei.
Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que andam nela.
Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios.
Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas.


Paulo, em gálatas, reafirma a dispensação da liberdade garantida por Jesus e nos orienta a não mais colocarmo-nos sob cadeias, ainda que estas cadeias tenham forma de espiritualidade ou piedade, como são as amarras da religiosidade atual que insiste em práticas vazias de sentido e assassinas de relacionamentos.

Gálatas 5
Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.
Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará.
E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei.
Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.
Porque nós pelo Espírito da fé aguardamos a esperança da justiça.
Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.
Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

Em vários trechos da bíblia temos o convite a liberdade sendo reforçado. Em João 8:32  Jesus fala aos que permanecerem em seus ensinos que conhecerão a verdade e a própria verdade os libertará. E essa libertação é garantida pelo próprio Deus, pois Paulo em 2 Coríntios 3:17 afirma que onde está o Espírito de Deus aí está garantida a liberdade.

Através dessas palavras, revocamos a liberdade esquecida e enfraquecida pelas instituições religiosas atuais. Afirmamos biblicamente nossa independência espiritual desse movimento religioso cristão insensível e intolerante, libertos das masmorras doutrinárias e das relações inflexíveis e autoritárias de poder institucional. A casa de Deus é chamada casa de oração (mateus 21:13), de relacionamentos (Salmos 122:1) e de família (Atos 16:31).

sábado, 7 de abril de 2012

The Corporation - Documentário

Um documentário que mostra o lado negro das grandes corporações durante a sua evolução no passar dos anos. Se observarmos bem, podemos verificar várias influências desse modelo organizacional em nossas igrejas, com suas influências encobertas e ocultas. Vídeo recomendado para debater em grupos.

Assista aqui.

Pecados Secretos

Segue aqui um podcast sobre a mensagem de Charles Spurgeon sobre os pecados ocultos e escondidos.

Manhã de Domingo, 8 de Fevereiro de 1857, Charles Haddon Spurgeon no Music Hall, Royal Surrey Gardens, Londres. Sermão de número 116.

Assista Aqui 

Heróis da Fé

Podcast sobre Martinho Lutero que faz parte da série "Heróis da Fé".

Transcrição do livro de Orlando Spencer Boyer.

Alguém que não temeu a morte, levantando-se e enfrentando a maior instituição do mundo na época, opositor à política das indulgências, traduziu a bíblia, para que o povo pudesse ter acesso aos seus escritos, evitando que a Instituição religiosa dominante continuasse a manipulação das massas em nome de Deus.

Assista Aqui

I have a dream

Célebre discurso de Martin Luther King Jr. pela garantia dos direitos dos negros americanos.

Assista aqui

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sobre nós...

Somos um movimento de livre fé baseado no amor a Deus e aos irmãos, centrado em princípios de liberdade, comunhão e serviço.

Acreditamos que o movimento evangélico institucionalizado perde a cada dia a visão da liberdade, aprisionando as pessoas em dogmas e hierarquias institucionais. As instituições religiosas deveriam favorecer a comunhão entre os irmãos, mas devido às amarras litúrgicas, excesso de eventos e atividades vazias de vida, dificultam esses relacionamentos. Percebemos templos cheios de pessoas que não entendem e nem são instruídas ao chamado de Jesus para o serviço.

Queremos continuar o trabalho que Jesus começou, um movimento de pessoas que amam a Deus e que incentivam as outras a amarem o próximo como a si mesmos. Um movimento que abra espaço para qualquer pessoa participar, sem fazer acepção de pessoas, mas que objetiva manter um canal de alívio, refrigério e aconchego às pessoas que foram consideradas desajustadas por não compactuar com esse modelo mecanicista de Igreja, insensível e centrado em fazer mercado com a fé.

Cremos que Deus nos deu o direito de exercer a nossa fé de forma livre, de desfrutar da comunhão com os irmãos de forma plena, e de servir pelo partir do pão de forma humanizada.

Desejamos ver esse portal de vida, que foi aberto por Jesus com sua morte vicária e ressurreição, presente em nossa geração e garanti-lo aberto para as próximas gerações.

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